Sunday, December 03, 2006


Pão e circo – circo e pão

Uma arte que começou nos circos de todo o mundo hoje vai além das lonas coloridas e espetáculos grandiosos e transforma-se em rápidas apresentações, onde a iluminação é feita por apenas 3 cores, vermelho, amarelo e o verde dos semáforos. O malabarismo saiu dos circos, e tem sido o ganha pão de muitas pessoas nas grandes cidades.
Em grandes cruzamentos vemos crianças com bolinhas, arcos, claves, pessoas fantasiadas com 4, 5 tochas de fogo, até facões, mantendo todos no ar com muita habilidade para impressionar seus espectadores apressados em carros com vidros fechados. Fazem números espetaculares em troca de “qualquer moedinha” e assim levam a vida.
Em Belo Horizonte, dois menores que trabalham em vários pontos da cidade admitiram ganhar 60 reais por dia trabalhando das 12:00 às 18:00. O que garante, ao final do mês, uma média de 1800 reais.
Os motivos que levam pessoas a tal pratica variam muito. Estudantes de artes cênicas utilizam do semáforo como um palco de suas apresentações, estudam e fazem como hobby e até divulgação de seus trabalhos. Mas existem também aqueles que utilizam dessa arte, realmente como sustento, geralmente crianças, por não ver outra maneira de trabalho escolhem uma maneira digna, e fazem por merecer; através de esforço próprio recebem ajuda por impressionar seus espectadores com a habilidade adquirida.
Para essa arte é preciso tempo, paciência, criatividade e muito treino. A prática de malabarismo também traz inúmeros benefícios para o corpo e para a mente. Além de desenvolver a coordenação motora, a capacidade de concentração e a consciência de ritmo, melhora a visão periférica, os reflexos, como também o aumento da auto-estima através da superação.
É também uma maneira de interação com diversas pessoas. Existem encontros semanais de malabaristas em praças, ruas, becos, para troca de experiências, novos truques, e aprendizado. O companheirismo é sempre enfatizado por estes artistas que se dizem totalmente contra a qualquer tipo de competição entre eles: “A minha alegria é ver que o brother pegou algo que eu tava passando... faço quantas vezes precisar pra ensinar o camarada e me realizo quando posso fazer lado a lado com ele! Quando a gente percebe nego que ta querendo ser melhor a gente já coloca ele no lugar dele rapidinho, porque tem mestres entre a gente.” diz Gustavo, estudante de Ed.Física e malabarista em Belo Horizonte. Segundo ele, a interação entre veteranos e iniciantes é fundamental para troca de experiências e aprendizado sadio.
Malabarismo, mais que uma arte, tem se tornado um estilo de vida e uma forma de sustento.



Por Ana Flavia Serra

1 comment:

Anonymous said...

Lindaaaaaaaaaaaaa!
Dia perfeito na sua presença!! Te amo de todo meu coração, minha malabarista favorita!!!!
You are the best!
Missing you,
Mimi